17 de Junho de 2024

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Manaus - 27/05/2024

MANAUS: Uma jornada pela história da abolição da escravatura

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Foto: Reprodução/Google

Manaus foi a segunda cidade brasileira a abolir a escravatura, precedida apenas por Acarape, no Ceará, que libertou seus escravos em 1º de janeiro de 1883.

Manaus, a capital pulsante do Amazonas, é uma cidade rica em história e cultura. Uma das suas ruas mais emblemáticas, a Rua 24 de Maio, é um marco importante na vida dos manauaras. No entanto, poucos conhecem a origem do seu nome. Esta data marca um evento histórico: a libertação dos escravos negros na cidade em 1884, quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel.

 

Manaus foi a segunda cidade brasileira a abolir a escravatura, precedida apenas por Acarape, no Ceará, que libertou seus escravos em 1º de janeiro de 1883. A abolição no Amazonas foi decretada pelo então presidente da província, Theodureto Carlos de Faria Souto, um cearense.Apesar da relevância histórica, há quem tente minimizar a participação dos negros na formação da população do Estado do Amazonas.

 

No entanto, suas raízes estão cada vez mais evidentes. Segundo a pesquisadora Patrícia Melo Sampaio, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Amazonas era a província com o menor número de homens e mulheres escravizados do Império, mas eles eram uma importante referência de status social.

 

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O primeiro censo da história do Brasil, realizado em 1872, registrou a presença de 979 escravos negros no Amazonas. Em comparação, no Mato Grosso, havia 6,6 mil pessoas escravizadas no mesmo período. A escravidão era uma realidade complexa, com muitas rotas possíveis para a compra de escravos, especialmente durante o século 18, quando era possível adquiri-los em Belém ou na região do Maranhão.

 

Com a proibição do tráfico de pessoas no século 19, ocorreu uma mobilidade interna. Os inventários de Manaus mostram que a maioria dos escravos que viviam nesse período na cidade eram adquiridos na própria região, até mesmo pela conexão entre Manaus e Belém. Muitos negros chegaram a Manaus em rotas de fuga, tornando a cidade um importante destino para escravos fugitivos.

 

Imagens do acervo da pesquisadora Patrícia Melo mostram a vida da população negra em Manaus 

 

Além dos escravos, havia também negros não escravizados que se deslocavam para o Amazonas. Entre eles, estavam três professores de música que atuavam no Educandos Artífices no século 19 e homens negros vindos de províncias no Nordeste do Brasil, notadamente Bahia e Pernambuco. Além disso, havia africanos libertados quando navios de tráfico humano eram presos na costa brasileira.

 

No século 19, havia um bairro conhecido como “Costa da África”, situado nas imediações do cemitério São José. Na virada do século 20, o lugar mais conhecido é a Praça 14 de Janeiro. Embora essas informações sejam conhecidas, ainda há muito a ser descoberto sobre o tema na cidade.

 

Anúncio feito em jornal por proprietário de escravo. 

 

A história da abolição da escravatura em Manaus é uma jornada fascinante através do tempo, revelando a luta pela liberdade e a contribuição dos negros para a formação da população do Amazonas. É uma história que merece ser contada e lembrada.A rua 24 de Maio, no centro de Manaus, é uma das referências da vida do manauara, mas poucos sabem o motivo da homenagem. A data é uma das mais importantes para o Amazonas porque, neste dia, em 1884, os escravos negros foram libertados no município.

 

A abolição no Amazonas foi decretada pelo então presidente da província do Amazonas, Theodureto Carlos de Faria Souto, que coincidentemente era cearense. “Ficando assim, e de hoje para sempre, abolida a escravidão e proclamada a igualdade dos direitos de todos os seus habitantes”, diz o histórico decreto.

 

Embora seja um dado histórico relevante, há quem tente subestimar a participação dos negros na formação da população do Estado do Amazonas, mas suas raízes estão cada vez mais evidentes. De acordo com a pesquisadora Patrícia Melo Sampaio, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Amazonas era a província com o menor número de homens e mulheres escravizados do Império, mas eram importante referência de status social.

 

  Local onde atualmente está instalada a Praça da Saudade

 

A data de 24 de maio ainda é desconhecida para muitos manauenses. “O 24 de Maio, que é a abolição dos escravos em Manaus, e 10 de julho (data da abolição no Estado, que também dá nome a uma rua), considero que são datas esquecidas. O que se precisa é dar mais visibilidade às duas datas através das escolas e ações sociais, levando informações e explicando o porquê do nome dessas duas ruas”, defende a historiadora Lídia Helena de Oliveira, especialista em História e Cultura Africana e Afro-brasileira.

 
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A celebração deste dia é um lembrete da luta pela liberdade e igualdade, e um tributo àqueles que sofreram sob o jugo da escravidão. É um dia para refletir sobre o passado, mas também para olhar para o futuro e para o progresso contínuo na luta contra a discriminação e a injustiça.

 

Fonte: com informações do Portal Mulher Amazônica

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