11 de Novembro de 2025

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Eleições 2024 - 21/10/2024

ELEIÇÕES DE 2024: Patriarcalismo resiste e deixa 775 municípios sem representação feminina nas câmaras municipais

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Foto: Reprodução/Google

O Estado de Minas Gerais liderou a eleição de mulheres para as câmaras municipais, com 1,3 mil vereadoras eleitas

Nas eleições municipais deste ano, 775 municípios brasileiros não elegeram nenhuma mulher para suas Câmaras Municipais, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso significa que cerca de 1 em cada 7 municípios ficará sem representação feminina no Legislativo local. Embora ainda seja um número alarmante, houve uma leve melhoria em comparação com as eleições de 2020, quando 929 cidades não elegeram vereadoras.

 

O Estado de Minas Gerais liderou a eleição de mulheres para as câmaras municipais, com 1,3 mil vereadoras eleitas, seguido de São Paulo, com 1,2 mil. Em contrapartida, Roraima foi o Estado com o menor número de eleitas, com apenas 40 mulheres no Legislativo municipal, seguido pelo Amapá, com 41.

 

A proporção de mulheres eleitas em todo o país aumentou de 16,13% em 2020 para 18,24% em 2024, o que representa um avanço tímido, porém relevante. A predominância masculina ainda é esmagadora, com 81,76% das cadeiras ocupadas por homens. Nas capitais, o progresso foi um pouco mais acentuado, com a representatividade feminina subindo de 17% para 21%.

 

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Capitais como São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Boa Vista e Cuiabá superaram ou atingiram a marca de 30% de cadeiras ocupadas por mulheres. A cidade de São Paulo, por exemplo, terá 36% de suas vagas ocupadas por mulheres, o maior percentual entre todas as capitais. Entre as cinco candidatas mais votadas na capital paulista, duas são mulheres, o que demonstra uma mudança de cenário, ainda que lenta.

 

A representatividade feminina na Câmara Municipal de Manaus sofreu uma queda. Apenas três mulheres foram eleitas vereadoras Thaysa Lippy (PRD), Professora Jacqueline (União Brasil) e Yomara Lins (Podemos. Isso representa apenas 7,3% do total de vagas na Câmara Municipal de Manaus.

 

Uma estrutura patriarcal que ainda domina a política brasileira

 

 

 

Apesar desses avanços, o Brasil ainda enfrenta uma estrutura patriarcal profundamente enraizada na política. O poder continua concentrado nas mãos de homens, e a presença feminina, apesar de crescente, segue limitada por barreiras históricas e culturais. A lógica patriarcal, que tradicionalmente descredencia as mulheres na política, perpetua a ideia de que elas não são tão aptas quanto os homens para liderar. Isso se reflete tanto na dificuldade de candidaturas femininas em acessar financiamento quanto na falta de apoio partidário e visibilidade durante as campanhas.

 

Para romper com esse ciclo, é necessário um movimento conjunto, não apenas de candidatas, mas de toda a sociedade. Mulheres precisam ocupar os espaços de poder, não como uma exceção, mas como parte fundamental da construção democrática. Um exemplo claro disso foi a Campanha #CiclodeForça, liderada pelo Portal Mulher Amazônica e pelo Ela Podcast no Estado do Amazonas. A iniciativa deu voz a mulheres que se candidataram a cargos públicos, mas muitas vezes não tinham espaço na mídia ou nos debates públicos. O projeto amplificou as vozes dessas mulheres, tornando suas campanhas visíveis e colocando suas propostas em evidência.

 

 

 

Maria Santana, idealizadora do Portal Mulher Amazônica, destacou a importância de ações como essa para equilibrar o cenário político: “Não podemos mais permitir que a política seja um espaço restrito aos homens. Precisamos ocupar as câmaras, as prefeituras, e mostrar que as mulheres têm propostas reais e transformadoras. Nosso papel é garantir que nossas vozes sejam ouvidas e que nossas demandas sejam levadas a sério”.

 

Para que essa estrutura patriarcal seja rompida, as mulheres precisam se unir e trabalhar em prol da representatividade feminina. Isso envolve desde a formação de redes de apoio e capacitação até a criação de campanhas que incentivem outras mulheres a se candidatarem a cargos públicos. Além disso, é fundamental que os partidos políticos promovam a igualdade de gênero em suas composições, destinando recursos e tempo de campanha de forma justa.

 

 

Fotos: Reprodução/Google

 

O Portal Mulher Amazônica e o Ela Podcast são exemplos de como a mídia e as plataformas digitais podem ser usadas para empoderar mulheres, oferecendo espaços para que elas compartilhem suas histórias, suas lutas e suas propostas.Para que as mulheres se empoderem na política, é crucial investir em três pilares: educação, conscientização e apoio mútuo. As mulheres devem buscar capacitação contínua para compreender os meandros da política e o funcionamento das instituições. Ao mesmo tempo, é necessário aumentar a conscientização pública sobre a importância da representatividade feminina.

 

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O caminho é árduo, mas ao romper as barreiras patriarcais, as mulheres têm o poder de transformar o Brasil. A presença feminina nos espaços de poder não é apenas uma questão de igualdade, mas de justiça social e de construção de um país mais inclusivo e democrático.

 

Portal Mulher Amazônica

 


 

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