A usina, chamada Biometano Sul, vai transformar resíduos orgânicos em gás natural renovável, em um projeto que une inovação tecnológica, sustentabilidade e impacto social.
O Rio Grande do Sul acaba de dar um passo decisivo na transição para uma matriz energética mais limpa com a inauguração da primeira planta de produção de biometano a partir de um aterro sanitário. A usina, chamada Biometano Sul, vai transformar resíduos orgânicos em gás natural renovável, em um projeto que une inovação tecnológica, sustentabilidade e impacto social.
Com investimento de R$ 150 milhões, realizado pelo grupo Solví e pela Arpoador Energia, a planta tem capacidade inicial para gerar 66 mil metros cúbicos de biometano por dia, volume equivalente a 12,5 mil botijões de gás de cozinha. O combustível, que será inicialmente destinado à indústria, é produzido a partir do lixo de 85 municípios, mostrando na prática o potencial da economia circular ao dar novo destino a resíduos que antes seriam apenas descartados.
Além da produção de gás, a usina já gera 8,5 megawatts/hora de energia elétrica a partir do biometano, o suficiente para abastecer milhares de residências. O projeto também criou 30 empregos diretos e tem previsão de evitar a emissão de 1 milhão de toneladas de gases de efeito estufa em 15 anos, reforçando sua relevância ambiental em tempos de crise climática.
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O biometano purificado poderá ser usado em indústrias, comércios, veículos e até em residências, com qualidade equiparada ao gás natural fóssil. O contrato firmado com a Ultragaz para parte do fornecimento já sinaliza que o combustível renovável começa a se integrar ao mercado.
Do ponto de vista regulatório, o empreendimento já conta com licença de operação da FEPAM e autorização da ANP, o que garante segurança técnica e ambiental para seu funcionamento. A expectativa é de expansão: até 2030, a CRVR pretende instalar novas plantas em diferentes regiões do estado, alcançando uma produção estimada de 250 mil metros cúbicos de biometano por dia, o que representaria cerca de 10% do consumo total de gás natural do Rio Grande do Sul.
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Fotos: Reprodução/Google
O projeto é considerado um marco da transição energética brasileira, pois demonstra que é possível gerar combustível limpo a partir de resíduos sólidos urbanos, reduzir emissões e criar valor econômico e social a partir do lixo. Trata-se de um exemplo concreto de como a sustentabilidade pode ser motor de desenvolvimento, abrindo caminho para que outros estados repliquem a experiência.
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