Ele criticou a ?onda anti-Brasil? que, segundo ele, travou o avanço de projetos ambientais e de mineração, muitas vezes em nome de normas rígidas que negligenciam o bem-estar das comunidades locais ().
Por Maria Santana Souza- Na audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, realizada em 1º de julho de 2025, o senador Omar Aziz (PSD-AM) fez uma defesa enfática de que o Brasil pode — e deve — conciliar desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental, especialmente ao explorar seus minerais críticos e estratégicos. Ele destacou a urgência de uma política nacional de minerais críticos, promessa do Ministério de Minas e Energia para este ano.
Floresta preservada, mas pobreza persistente
Em sua intervenção, Aziz lembrou que “97% das nossas florestas estão preservadas e fazemos um esforço enorme a serviço do mundo” — mas, em contrapartida, há níveis alarmantes de pobreza nas populações ribeirinhas, caboclas e indígenas. Ele criticou a “onda anti-Brasil” que, segundo ele, travou o avanço de projetos ambientais e de mineração, muitas vezes em nome de normas rígidas que negligenciam o bem-estar das comunidades locais ().
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Extrair para enriquecer — de fato
Apontando os minerais como riqueza disponível “para dar e de sobra”, o senador citou que “o caboclo amazonense, o indígena amazonense… moram sobre minério, mas não usufruem dele”. Ele destacou a mineração especialmente no Madeira, Purus e Juruá — onde uma única balsa extrai cerca de 30?kg de ouro por ano, que acaba contrabandeado para países vizinhos, sem retorno equivalente em desenvolvimento local.
Impacto nas comunidades indígenas
Omar Aziz lembrou que o Amazonas abriga 77 etnias indígenas — a maior população indígena do mundo — e que eles enfrentam altos índices de suicídio e alcoolismo, reflexo de falta de perspectiva. Ele desmentiu a narrativa de que “indígena não quer ganhar dinheiro e ter melhor qualidade de vida”, afirmando que negar isso é mentir.
Falhas no arcabouço regulatório
O senador criticou decisões isoladas da Polícia Federal ou judiciário — como queima de balsas — que não atacam o problema estrutural, e apontou a omissão histórica do Congresso por não prever regras eficazes de exploração sustentável (). Também lamentou a falta de pessoal e recursos técnicos na Agência Nacional de Mineração, responsável por autorizar ou barrar projetos estratégicos.
Desafios para o futuro
Aziz encerrou defendendo a construção de um novo modelo: um ambiente regulatório equilibrado, com fiscalização rigorosa, diálogo entre ambientalistas e setor produtivo, e valorização das comunidades locais. Reiterou sua confiança de que o Brasil tem “riquezas e conhecimento para um modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia”.
Com um discurso firme, o senador Omar Aziz lançou uma agenda ousada: transformar o Brasil em protagonista global na produção sustentável de minerais estratégicos — gerando emprego, riqueza e modernização, sem abrir mão da preservação ambiental e do bem-estar das comunidades. A proposta exige, porém, equacionar normas, aprimorar fiscalização e integrar todos os envolvidos em uma visão de crescimento social e econômico.
Fotos: Reprodução/Google
O Portal Mulher Amazônica e o Ela Podcast reconhecem a importância do posicionamento do senador Omar Aziz e se somam à defesa de um modelo de desenvolvimento que respeite o meio ambiente, garanta dignidade às comunidades tradicionais e promova justiça social na Amazônia.
Como veículos comprometidos com a voz das mulheres amazônidas, dos povos originários e das populações ribeirinhas, reforçamos que é urgente e possível construir uma política de mineração que preserve a floresta, mas que também ofereça oportunidades reais para quem vive nela.
Acreditamos que dar visibilidade a esse debate é um passo fundamental para romper com narrativas que romantizam a miséria em nome da preservação e para pressionar por políticas públicas que unam saberes tradicionais, tecnologia, fiscalização e responsabilidade social.
Estamos com o senador Omar Aziz nesse chamado por um novo modelo. Porque a Amazônia não pode mais escolher entre existir ou sobreviver — ela precisa florescer.
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