12 de Julho de 2025

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Especial Mulher - 04/07/2025

US$ 420 bilhões de silêncio: a conta da desigualdade de gênero que o mundo insiste em não pagar

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Foto: Reprodução/Google

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Enquanto discursos globais defendem a igualdade entre mulheres e homens, países em desenvolvimento deixam de investir cerca de US$ 420 bilhões por ano no financiamento necessário para cumprir esse compromisso. O dado alarmante, divulgado pela ONU Mulheres, revela um obstáculo central ao avanço da igualdade de gênero: o subfinanciamento crônico e a ausência de mecanismos transparentes de monitoramento dos recursos públicos.

 

A denúncia foi reforçada durante a Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FD4), realizada em Sevilha, Espanha. Na ocasião, a ONU Mulheres saudou a adoção do Compromisso de Sevilha, pacto entre os Estados-membros para promover um desenvolvimento mais inclusivo, justo e sustentável — ainda que os recursos para isso sigam estagnados ou invisíveis.

 

A FD4 foi considerada uma chance histórica de alinhar as estratégias financeiras ao compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial o de número 5: alcançar a igualdade de gênero. Mas os números mostram o oposto: apenas 1 em cada 4 países possui um sistema eficaz para rastrear se e como os recursos públicos são aplicados em políticas de equidade.

 

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“Não podemos fechar as lacunas de gênero com orçamentos cegos”, afirmou Nyaradzyi Gumbonzvanda, Diretora Executiva Adjunta da ONU Mulheres.
“A igualdade de gênero não pode continuar à margem das leis orçamentárias. Exige liderança e ação agora — não como um custo, mas como um futuro”.

 

Além de invisível nos orçamentos, o dinheiro raramente chega onde mais se precisa: mulheres pobres, negras, indígenas, ribeirinhas e de áreas periféricas. A lacuna entre promessa e entrega continua se ampliando. E a falta de dados confiáveis torna praticamente impossível planejar, alocar ou mensurar políticas efetivas.

 

Durante a conferência, a ONU Mulheres apresentou recomendações concretas para acelerar a justiça de gênero no financiamento internacional. São elas:
1. Expandir e ampliar o uso de orçamentos sensíveis à questão de gênero – Os governos devem alocar recursos com base em evidências e garantir que as prioridades das mulheres estejam refletidas nos planos e orçamentos nacionais.
2. Rastrear como os fundos públicos estão sendo usados para alcançar a igualdade de gênero – A transparência fiscal é essencial. Sem ela, a desigualdade se perpetua.
3. Investir diretamente em organizações lideradas por mulheres e feministas – Muitas dessas organizações trabalham na linha de frente, especialmente em comunidades marginalizadas, e não recebem os fundos necessários.
4. Infraestrutura e serviços que aliviem o trabalho não remunerado das mulheres – É preciso financiar creches, transporte seguro, acesso à água e energia, políticas de cuidados e inclusão produtiva.

 

Fotos: Reprodução/Google


Do discurso à ação: o futuro depende de escolhas orçamentárias

 

Ao final da FD4, a ONU Mulheres reforçou que igualdade de gênero não pode ser vista como gasto, mas como investimento estratégico. Os compromissos firmados em Sevilha só terão impacto real se forem acompanhados de decisões fiscais sustentadas, transparentes e responsáveis.


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Sem isso, a lacuna de US$ 420 bilhões anuais continuará a ser um entrave real, cruel e silencioso. E a equidade de gênero seguirá como um ideal distante — enquanto milhões de meninas e mulheres seguem pagando a conta.

 

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