Oito mulheres no comando: Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas se torna exemplo de representatividade feminina

Por Maria Santana Souza - O Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) vive um momento histórico no fortalecimento da representatividade feminina. Na quinta-feira, 02/10, a desembargadora Ida Maria Costa de Andrade tomou posse como membro substituto do TRE-AM, na classe dos desembargadores. A vaga era anteriormente ocupada pelo desembargador Cezar Bandieira, que deixou o cargo com o término de seu biênio.

Com a chegada da desembargadora Ida Maria, o Pleno do TRE-AM passa a contar com oito mulheres em sua composição, número que evidencia o avanço da presença feminina em cargos estratégicos e decisórios da Justiça Eleitoral amazonense. A Corte é presidida pela desembargadora Carla Reis, tendo como vice-presidente e corregedora a desembargadora Nélia Caminha. Também integram o colegiado as magistradas Vânia Marques Marinho, Giselle Falcone, Anagali Marcon, Mônica Cristina Raposo, Maria Benigno e Mara Elisa Andrade.

Durante a cerimônia, a presidente do TRE-AM, desembargadora Carla Reis, destacou a importância da nova integrante e o fortalecimento do protagonismo feminino na Corte: “O ingresso da desembargadora Ida Maria enriquece ainda mais o trabalho do TRE-AM. Sua história, construída com competência e dedicação à magistratura, renova o compromisso da Corte com a Justiça Eleitoral e inspira a valorização da presença feminina no Judiciário”, afirmou.

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A posse foi realizada na sala da presidência, em ambiente solene e acolhedor. Após a assinatura do termo, a desembargadora Ida Maria Costa de Andrade ressaltou o significado de ver tantas mulheres ocupando espaços de decisão no sistema de Justiça. “São vozes de experiência, vozes que chegam para modificar um cenário em que apenas homens estavam à frente. E não se trata de digladiar com os homens. Pelo contrário, estabelecemos com eles uma dialogia”, declarou.

Com uma trajetória consolidada na magistratura amazonense, Ida Maria reafirmou que sua atuação no TRE-AM será marcada pela harmonia institucional, pela transparência e pelo combate à desinformação — tema sensível especialmente em períodos eleitorais.

“A minha contribuição é muito mais de fiscalização. Hoje vivemos um mundo em que as deepfakes estão por todos os lados. Portanto, é preciso orientar as pessoas a buscar informações em fontes seguras, para não propagar aquilo que não sabem ou não tenham entendimento. Deixemos as questões do Judiciário para o Judiciário. Estamos cumprindo o nosso mister, que é constitucional”, pontuou a magistrada, que também integra o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).

Amazonas: referência nacional na valorização da mulher no setor público

O estado do Amazonas tem se destacado no cenário nacional pela ascensão de mulheres a posições de liderança em diferentes esferas do poder público. No Judiciário, no Ministério Público, nas secretarias de governo e em órgãos autônomos, o protagonismo feminino tem se tornado cada vez mais visível e inspirador.

A atual composição do TRE-AM, majoritariamente feminina, é um reflexo dessa transformação institucional. Em um contexto ainda marcado pela sub-representação das mulheres no poder, o Amazonas se consolida como exemplo de equilíbrio e reconhecimento da competência feminina. Para a idealizadora do Portal Mulher Amazônica, Maria Santana, esse momento reafirma que o fortalecimento das mulheres em cargos de decisão é uma vitória coletiva e civilizatória:

“Ver tantas mulheres ocupando espaços de poder no Amazonas é motivo de orgulho e esperança. A posse da desembargadora Ida Maria Costa de Andrade representa mais do que uma conquista individual, é uma conquista de todas nós. Mostra que o Judiciário amazonense tem se aberto à pluralidade e à justiça de gênero, reconhecendo a competência das mulheres e a importância da diversidade nas decisões que moldam a sociedade.”

A jornalista Maria Santana Souza, Diretora executiva e idealizadora do

Portal Mulher Amazônica (Fotos: Reprodução/Google/ Arquivo pessoal)

“O Portal Mulher Amazônica nasceu para dar visibilidade exatamente a essas trajetórias. Cada mulher que chega a um espaço de decisão abre caminho para muitas outras. E isso é o que fortalece nossa luta por igualdade e representatividade no setor público”, completou. O exemplo das magistradas amazonenses reafirma que o poder e a sensibilidade podem coexistir, e que a liderança feminina traz novas perspectivas à gestão pública, especialmente em temas como direitos humanos, cidadania e combate à desinformação.

Fontes:

 
• Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas – Notícias Oficiais
• Tribunal de Justiça do Amazonas – Biografia das Desembargadoras
• CNJ – Justiça em Números: Representatividade Feminina no Judiciário (2024)
• ONU Mulheres – Mulheres na Liderança e na Política

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