11 de Novembro de 2025

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Especial Mulher - 26/10/2025

O Bridão das Tagarelas: quando o silêncio feminino era imposto pela força

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Foto: Reprodução/Google

Criado para punir e humilhar aquelas consideradas ?faladeiras? ou ?reclamonas?, o artefato simboliza o quanto o patriarcado foi capaz de institucionalizar a opressão do feminino ? transformando o silêncio em castigo.

Entre os séculos XVI e XVIII, na Inglaterra e na Escócia, surgiu um dos instrumentos mais cruéis já utilizados contra as mulheres: o Bridão das Tagarelas, também conhecido como freio da língua. Criado para punir e humilhar aquelas consideradas “faladeiras” ou “reclamonas”, o artefato simboliza o quanto o patriarcado foi capaz de institucionalizar a opressão do feminino — transformando o silêncio em castigo.

 

O objeto consistia em uma gaiola de ferro que era presa à cabeça da vítima. Uma peça metálica era introduzida à força na boca, impedindo completamente a fala. Em alguns modelos, sinos eram acoplados, de modo que o som denunciava a presença da pessoa castigada, que era conduzida pelas ruas sob zombarias e olhares de desprezo. A humilhação pública fazia parte da punição: o objetivo não era apenas silenciar, mas também envergonhar.

 

Embora seu uso tenha se estendido a casos isolados envolvendo homens — sobretudo em escândalos políticos —, o castigo recaía, em sua esmagadora maioria, sobre mulheres. Bastava ser considerada inconveniente, contestadora ou “faladeira demais” para ser punida. Era um tempo em que a palavra feminina era tratada como ameaça, e o silêncio, como virtude imposta à força.

 

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O auge do uso do Bridão das Tagarelas ocorreu entre o final do século XVI e o XVIII. Já no século XIX, o artefato caiu em desuso, mas exemplares ainda podem ser encontrados em museus europeus, servindo como testemunhos sombrios de até onde a humanidade foi capaz de ir para calar uma voz.

 

Fotos: Reprodução/Google

 

Mais do que uma relíquia, o “freio da língua” é um símbolo da repressão histórica sofrida pelas mulheres — e um lembrete doloroso de que o silenciamento nem sempre é sinônimo de paz. Como bem resume o texto original: “Nem sempre o silêncio é paz — às vezes, é apenas o eco da opressão.”

 
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A lembrança desse artefato cruel deve servir como alerta e reflexão: quantas formas contemporâneas de “bridão” ainda existem, disfarçadas em discursos que tentam limitar a fala, o corpo e o espaço das mulheres?
 

 

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